A Segurança Alimentar e os desafios do Agro

A Segurança Alimentar e os desafios do Agro

A Segurança Alimentar a nível mundial tem sido discutida ao longo de anos. Garantir a disposição de alimentos em quantidade suficiente para suprir a necessidade da população é um desafio para a agricultura. Esse desafio pode ser superado pela adoção de uma gestão consciente e práticas sustentáveis.

Vale citar que a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu como um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) erradicar qualquer tipo de fome no mundo até 2030. São menos de 8 anos para que governos e sociedade civil alcancem esse marco histórico.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) até o ano de 2050 a demanda por alimentos deve aumentar em até 70% em função do crescimento populacional, estimado em 10 bilhões de pessoas. Enquanto isso, a agricultura se depara com fatores que tendem a limitar a produção, como a dependência de insumos fósseis, ocorrência de pragas e doenças e alterações climáticas.

Todos esses fatores combinados corroboram com um cenário desafiador para o presente e para um futuro próximo.

A dependência de insumos fósseis no agro

A dependência da agricultura por fertilizantes químicos de origem mineral é um fator preocupante, já que esses são provenientes de fontes não renováveis e, em sua grande maioria, possuem baixa eficiência de absorção pelas plantas.

Estudos comprovam que o solo tem se tornado um depósito de fósforo indisponível para a planta, uma vez que o nutriente fornecido via fertilizantes fosfatados possui alta energia de ligação e baixa mobilidade no solo.

Dentre os fertilizantes nitrogenados, Amônia e Uréia são os mais utilizados mundialmente, no entanto, sua eficiência de absorção pelas plantas gira em torno de apenas 60% devido à sua alta volatilidade. Por outro lado, cerca de 70% dos fertilizantes nitrogenados são importados, e seu custo está atrelado ao preço do petróleo.

E ainda tem o impacto de pragas e doenças

Outro ponto alarmante são os dados sobre perdas causadas na agricultura, provenientes da ocorrência de pragas e doenças, enfatizadas no relatório “O impacto de desastres e crises na agricultura e segurança alimentar” divulgado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no ano de 2021.

O relatório mostra que as perdas mundiais provocadas por insetos e doenças chegam a 40% por ano, e que os custos anuais gerados com o controle de pragas ultrapassam US$220 bilhões de dólares. De acordo com a revista Forbes o uso de bioinsumos deve aumentar em até 33% em 2021, gerando uma movimentação de R$1,79 bilhão.

Este é um mercado em ascensão que tem uma vasta possibilidade de crescimento, uma vez que cerca de 20% da biodiversidade mundial está presente no Brasil.

A relação entre o agro e as mudanças climáticas

Em entrevista ao g1, especialistas apontam que eventos adversos causados pelas mudanças climáticas prejudicam o planejamento do plantio. Além disso, a produtividade do setor também tende a cair, pois o clima influencia em 30% no desempenho da produção alimentar no Brasil.

Enquanto muitos enxergam problemas, outros veem essa relação como oportunidade para o desenvolvimento de práticas modernas no setor. Giampaolo Pellegrino, pesquisador e presidente do portfólio de mudanças climáticas da Embrapa, afirmou em entrevista ao programa Conexão Ciência, “Vemos oportunidades não só no desenvolvimento científico em si, mas também na ciência apoiando a sociedade na busca de soluções para essas questões e desafios que dizem respeito às mudanças do clima e o impacto disso no agro”, afirmou.

Mas, o futuro reserva grandes avanços

Termos como “alta produtividade e rentabilidade, agricultura convencional” e “insumos biológicos, produção de orgânicos, preservação da biodiversidade, conservação do meio ambiente” eram considerados impossíveis de serem combinados, cada qual com suas particularidades, e por trás, profissionais com argumentos sólidos defendendo vertentes vistas como opostas entre si e misturáveis.

Mas a Agricultura evoluiu, e está em sua quarta revolução, e já se pode avistar o próximo marco com a chegada da Agricultura 5.0 prevista para 2022. Esses paradigmas estão sendo quebrados diariamente pela ciência e comprovados no campo. Atualmente pode-se observar que juntos esses setores e profissionais tendem a ser melhores do que nunca e só assim terão chances de alcançar a sonhada Segurança alimentar discutida mundialmente. Grandes evoluções tecnológicas serão implementadas nos próximos anos na Agricultura brasileira, como o uso de ferramentas com Inteligência Artificial. Também ocorre uma necessidade crescente de qualificação técnica das pessoas que atuam com essa infraestrutura cada vez mais evoluída.

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